Em Piraquara, pesquisadores descobrem libélulas nunca antes registradas

Por Giulia Bucheroni, Terra da Gente

Quantas espécies ainda não foram descobertas cientificamente no Brasil? Essa é uma pergunta difícil de responder, mas o desafio de diminuir tal estimativa de animais e plantas desconhecidos serve de incentivo para muitos pesquisadores.

O biólogo especialista em insetos, Breno de Araújo, dedicou suas pesquisas de mestrado para registrar as libélulas que vivem no Paraná. Em apenas um ano, 84 espécies foram coletadas, sendo 53 com ocorrência ainda desconhecida no Estado. “Há uma lista prévia de espécies conhecidas, que na verdade é um levantamento feito por pesquisadores da região. Com essa nova pesquisa saímos das 60 espécies até então registradas e chegamos à 113 libélulas que ocorrem no estado”, diz.

  • Estudo realizado na Universidade Federal do Paraná (UFPR) identificou 84 espécies de libélulas em uma área de Mata Atlântica localizada em Piraquara, região metropolitana de Curitiba
  • 53 foram registradas pela primeira vez no Estado, aumentando de 60 para 113 espécies de libélulas descritas
  • Outras cinco espécies coletadas ainda não foram descritas pela ciência: pesquisadores trabalham para oficializar a descoberta dessas novas espécies
  • Além de bioindicadoras, libélulas controlam populações de mosquitos como o mosquito Aedes aegypt
  • Única coleção científica da espécie Neocordulia mambucabensis é a do Paraná: as demais foram perdidas no incêndio do Museu Nacional

 

Brasil é o País mais diverso em populações de libélulas, casa para mais espécies que qualquer outra região no Planeta — Foto: Breno Araújo/Arquivo Pessoal

Brasil é o País mais diverso em populações de libélulas, casa para mais espécies que qualquer outra região no Planeta — Foto: Breno Araújo/Arquivo Pessoal

Para oficializar cada uma das descrições foi necessário tempo e muito conhecimento, dentro e fora do laboratório. “Fizemos 20 expedições para conseguir coletar 1.700 exemplares. O primeiro desafio foi o clima: as libélulas dependem do sol para regular o metabolismo e exercer as tarefas. Quando está nublado – o que acontece com frequência na região da Serra do Mar; elas ficam escondidas nas árvores”, conta.

Superado o desafio de encontrar os insetos, que medem de dois a 18 centímetros de comprimento e até 21 centímetros de envergadura, o pesquisador seguia para o laboratório, em busca de respostas sobre cada um dos indivíduos. “É um processo que precisa de muito conhecimento, por isso a ajuda do meu orientador, Ângelo Pinto, foi crucial. Várias descrições de libélulas são muito antigas, do século 19, e muitas estão em outros idiomas. Ou seja, além de ter acesso a esses documentos antigos, tinha essa dificuldade da linguagem”, lembra Breno, que explica o trabalho minucioso de identificar os animais.

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