Opinião: Enfermidade e vida, por Paulo Hayashi Jr.

A vida corrida do dia a dia faz com que muitas vezes não tenhamos tempo para cuidar de nossa saúde. Todavia, como nos adverte o ditado: “quem não tem tempo para cuidar da saúde, terá que encontrar tempo para a doença”. A enfermidade nos recorda da necessidade de regramentos na vivência e dos hábitos favoráveis para dar base à disposição. Um dos pontos principais desta última são os pensamentos positivos e de se manter longe dos melindres, das irritações e mágoas que poluem o nosso aparelho mental.
Não se pode dizer que toda doença provém da mente, todavia pode-se adotar que a atitude da mente influencia na maneira como se encara e se adapta a determinadas situações. Através de uma postura afirmativa as indisposições são vistas como oportunidades para a renovação íntima e o aprimoramento individual. Pelas doenças, somos compelidos a admitir nossa pequenez e fragilidade no universo. Assim como, para quem já vivenciou casos de acidente vascular cerebral na família, sabe que nem o corpo físico não nos pertence. Somos meros inquilinos provisórios de nosso corpo e que as conquistas superiores não podem estar baseadas nas aspirações e desejos da matéria. Há mais riquezas e condições atemporais no espírito e nas conquistas de aprendizagem do conhecimento e do amor do que nas meras moedas de metal ou nos prazeres da carne. Para alguns, apenas o aguilhão da dor e da enfermidade pode despertá-los das ilusões da existência e fazer buscar o que importa. A vida em sua essência.
Paulo Hayashi Jr. – doutor em administração pela UFRGS. Professor e pesquisador da Unicamp.

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