Quem defende a Educação?, por Renato da Costa

Há décadas não vemos ações eficazes que tragam resultados significativos para o avanço da educação brasileira. A desconstrução da educação não é um fenômeno recente, tão pouco, restrito a uma ou outra região do país. Nenhuma nação prescinde de educação, logo, educação não é custo, é investimento. O fato de, contentarmo-nos com doses homeopáticas de melhorias em alguns períodos da nossa história, significa sermos permissivos com a incompetência, falta de interesse, planejamento e a corrupção de gestores públicos mal-intencionados em diferentes esferas. Não podemos ser passivos com a falta de respeito para com os rumos da educação brasileira. Os sucessivos cortes orçamentários ao longo das décadas deixaram marcas difíceis de apagar e, não temos bancadas representativas no congresso formadas por profissionais como nós. Do outro lado, costumeiramente, vemos a própria sociedade desconstruir a educação, quando não apoia as reivindicações dos professores, quando não acompanha o desempenho escolar dos seus filhos, quando coloca a figura de determinadas categorias do esporte, de um youtuber ou digital influencer por exemplo, como sendo muito mais importante do que a dedicação aos estudos e a formação em alguma área do conhecimento. É recorrente a postura da sociedade em desprestigiar quem estuda, pesquisa, escreve e lê. O estudo é frequentemente desacreditado, pois muitas famílias consideram que há vários exemplos de pessoas que venceram na vida sem a ajuda dos bancos escolares e ganham muito dinheiro. O ato de enxovalhar a educação já está banalizado e o que se vê são jovens a cada ano optando por não terminar os estudos e buscar um emprego, já que, o modelo de ensino não proporciona a eles maiores ganhos. É preciso criarmos uma forte consciência a respeito da importância da educação e os seus benefícios. Essa cultura de não valorização da educação está enraizada em solo brasileiro, ou a sociedade caminha ao nosso lado, ou não veremos resultados satisfatórios no futuro próximo. Ou as pessoas se colocam ao lado da valorização do ensino, dos professores, da pesquisa, ciência e tecnologia, ou seguiremos atingindo índices medíocres e dignos de risos no cenário internacional. E aí, quem defende a Educação?

Experiência

Renato da Costa é graduado em Administração, pós-graduado em Administração Estratégica, Mestre e Doutor em Administração, com estágio de Pesquisa e Docência na Universidad Jaume I no Sul da Espanha em 2017, Pós-Doutorando em Gestão Urbana. É membro da ACCUR-Academia de Cultura de Curitiba, membro associado da Academia Paranaense da Poesia, professor há 17 anos, escritor.

Instagram: @doutor_renato14

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