A “democracia” made in Brazil em 2022 e os arroubos “golpistas”, por Rodini Netto

Foto tirada em Belmonte, Portugal, em 2017. Feira Medieval. Arquivo Pessoal

Vamos começar, antes de mais nada, deixando claro que não sou “bolsonarista”.

Desde minha infância, em Porecatu (interior norte do Paraná), minhas “armas” sempre foram o papel e a caneta.

Participei de manifestações de atividades do princípio da redemocratização do Brasil, quando na adolescência em Curitiba. Vivenciei as primeiras eleições gerais, pós ditadura militar em 1986. Foi aqui que passei, definitivamente, a gostar de política e, aos poucos, fui me deixando envolver por ela.

Depois, fui militante da Juventude do PMDB, da União da Juventude Socialista, militante ativo do PCdoB e do movimento estudantil (secundarista e universitário) no final dos anos 1980 e boa parte dos anos 1990.

Hoje sou conservador, de acordo com a lógica do sistema, porque sou contra o aborto, contra a doutrinação ideológica, contra o totalitarismo identitário LGBT e mais siglas que os acompanham, entre outros da agenda posta. Sou um cristão biblicista; um conceito mais claro sobre quem sou.

Para alguns, sou da “elite branca”, “racista” (mesmo nunca tendo sido), simplesmente porque minha cor da pele é branca, sendo descendente de italianos, sim, mas também de índios xavantes e de negros, o que me torna, na verdade o que e quem sou. Sou Brasileiro (com “B” maiúsculo mesmo), tipicamente Brasileiro, fruto da miscigenação racial e sou muito feliz por ser fruto desta miscigenação.

E como Brasileiro, existem regras constitucionais que tenho que seguir neste país. Preceitos constitucionais que devem ser respeitados por TODOS.

O que hoje estamos vendo no Brasil, no entanto, é que algo não está correndo de acordo com as regras estabelecidas na Carta Magna. Alguns podem algumas coisas a mais do que outros.

Mas vamos lá… vamos falar um pouco sobre isso.

Quer dizer que as pessoas não podem mais se manifestar livremente no Brasil?

Ah!, não. Isso não é verdade!

Afinal, no Brasil, todos podem se manifestar, desde que não seja contra o STF, TSE e o PT, para além das “suspeitas em relação às urnas eletrônicas” e os resultados das eleições.

No mais, o MST (Movimento dos Sem Terra) e o MTST (Movimento dos Sem Teto), podem continuar ou voltar a invadir terras e prédios (que possuem proprietários), porque a sua manifestação é “democrática”. Os invasores de terrenos e prédios de terceiros, também podem “se manifestar” invadindo tudo, porque o STF lhes dá guarida “constitucional”.

Nas favelas do Rio de Janeiro a Polícia não pode subir, porque traficantes e milicianos estão se “manifestando” para “garantir seus direitos” de ir e vir além, é claro, de “manter seus empreendimentos lícitos”.

Só não se pode, mesmo, questionar STF e TSE… quem ousar criticar um dos “supremo ministros” pode ter sua prisão domiciliar decretada e a sua liberdade de manifestação e a sua liberdade tolhida de imediato, com a prisão e/ou suspensão de redes sociais e outros instrumentos utilizados para sua manifestação pública, além das altas multas a serem impostas a eles.

Articulistas de esquerda, por outro lado, “podem, digamos, xingar quem quiserem”;  já os de direita vem tendo seus portais, jornais, sites, blogs e contas nas redes sociais sendo CENSURADOS por exporem posicionamentos contrários ao que o establishment quer que seja “verdade” determinante.

Quer dizer, na verdade, que vivemos em um país de “dois pesos e duas medidas” proporcionados pelo “sistema”, onde pode-se defender as liberdades democráticas de uns em detrimento das “liberdades democráticas” de outros. E por aí vai… mas não se pode ir muito além, afinal, o Brasil continua vivendo uma “democracia” desde que não se vá contra os togados do supremo.

Só não podem se manifestar pais e mães que levem seus filhos a manifestações pacíficas, porque o Conselho Tutelar já lá vai para tirá-las de lá e levá-las a um “abrigo temporário democrático”. Legal que o mesmo acontece nos acampamentos do MST, né? Lá nem tem crianças em risco, vivendo em condições às vezes sub-humanas…

É… o Brasil tem jeito… jeito de ditadura…

Quando há o cerceamento do direito constitucional de livre expressão, onde pessoas são previamente censuradas por suas opiniões, não se vive em uma democracia.

Censura prévia, que não permite ao outro manifestar o seu pensamento publicamente (seja em jornais, redes sociais, blogs, etc.), é típico de ditaduras.

A continuar assim, o que vamos estar vendo daqui por diante?


Rodini Netto, 51. Jornalista DRT-PR 7294. Tecnólogo em Gestão Pública. MBA em Gestão de Cidades e Agronegócios.

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