11ª edição do Seminário da Diversidade é realizada em Pinhais

A temática proposta para a ação foi “20 anos da lei nº10.639 de 2003, construindo a equidade racial na educação”


Nos dias 23 e 24 de novembro, a Prefeitura de Pinhais promoveu a 11ª edição do Seminário da Diversidade. A temática proposta nesta edição foi “20 anos da lei nº10.639 de 2003, construindo a equidade racial na educação”. O evento foi realizado no Centro de Formação dos Profissionais da Educação (Cenforpe), localizado no bairro Weissópolis.

 

A ação conta com a parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná e com o Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico-racial de Pinhais. Participam do evento, profissionais da educação do município de Pinhais e região, que atuam nas diferentes modalidades e etapas da educação básica e ensino superior, oriundos das redes públicas e privadas.

 

Na oportunidade, os participantes puderam debater os avanços e desafios na implementação da lei nº10639, que tornou obrigatório o ensino da história e culturas africanas e afro-brasileiras nas instituições educacionais brasileiras. De acordo com a secretária de Educação de Pinhais, Andrea Franceschini, a lei é de fundamental importância, pois marca o início do processo de compromisso da educação brasileira com o combate ao racismo e com a equidade racial entre as crianças e jovens brasileiros.

 

“Procuramos fazer um trabalho intenso com as nossas equipes que tem rendido sim, resultados positivos. Quando os profissionais fazem esse trabalho com as nossas crianças elas levam esse conhecimento para suas casas, levam para a comunidade. Então, é dessa forma que a gente vai mudar o mundo é pela educação, é levando para essas crianças negras e não negras, a qualidade de ensino, o respeito à diversidade e o trabalho que é realizado diariamente. E é assim mesmo que a gente vai se constituindo e construindo as políticas públicas. Elas não nascem de um dia para o outro; é um processo”, destaca a secretária.

 

“Tivemos episódios recentes que mostraram o quanto o racismo continua forte. Tive em minha formação dois professores que já aplicavam uma educação antirracista muito antes da lei. E hoje tenho orgulho de dizer que o trabalho deles deu resultado, porque atuo justamente nesta área. Às vezes temos sim o dever de interpelar, de pressionar o poder público, as instituições, para que façam aquilo que se comprometeram a fazer. E isso dá resultados, podem ter certeza”, salienta o representante do Núcleo Regional de Educação Área Metropolitana Norte, André Mendes, durante a abertura do evento.

 

Para a coordenadora do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico-racial de Pinhais e presidente da Comissão Permanente da Diversidade da Rede Municipal de Ensino, Anadir dos Reis Miranda, a lei  representa um marco importante na história da educação brasileira. “Pela primeira vez, a partir desta legislação, se garantiu que estudantes negros e negras tivessem suas demandas e direitos de aprendizagem contemplados nos currículos escolares. Algo importante na luta e protagonismo no movimento negro, inicia-se um processo importante de revisão dos currículos e práticas educacionais, historicamente marcados por uma perspectiva que desqualifica, segrega e exclui. Precisamos avançar enquanto profissionais da educação, em especial enquanto gestores da área da educação, no entendimento do quanto a desvalorização de referências africanas e afro-brasileiras nos currículos e nas práticas educacionais cria um cenário extremamente excludente”, ressalta Anadir.

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