Criptomoedas vão rivalizar com as ‘máquininhas’ como meio de pagamento

Reproduzido do Convergência Digital

A Bitblue.com, fintech do Grupo B&T, especializado em corretagem de câmbio, vai massificar a aquisição de criptomoedas no Brasil. O plano é ter 200 corretoras de câmbios vendendo o ativo até dezembro, numa campanha distribuída em todo o Brasil. O sistema de negociação é feito a partir de tecnologia 100% desenvolvida internamente. “As pessoas precisam comprar criptomoeda com a confiança que compram dólar, Euro. É isso que vamos trabalhar. No mundo, apenas 1,5% da população conhece a criptomoeda. No Brasil, esse desconhecimento é muito grande”, afirma o CEO da empresa, Edisio Pereira Neto, em entrevista ao Convergência Digital.

Neto não gosta de chamar a criptomoeda de bitcoin. “Bitcoin é a primeira delas e vão vir muitas outras”, detalha. Visionário, o executivo acredita que, em um prazo de três a cinco anos, a criptomoeda será um meio de pagamento e vai dar ‘muita dor de cabeça’ para os atores desse mercado. “Como hoje as maquininhas deram dor de cabeça aos bancos, a criptomoeda dará em cinco anos”, aposta.

Neste momento, o grande salto da criptomoeda será uma ‘facada’ nos bancos tradicionais. Para Edisio Pereira Neto, as remessas internacionais – sempre muito confusa e complexas para os valores menores nos bancos – serão feitas por criptomoedas. “A operação é segura e muito mais rápida. Os bancos vão sofrer com esse segmento. Hoje uma operação pode durar 2,3, até 15 dias. Com a criptomoeda será em tempo real”, ressalta.

Aliás esse é um dos motivadores do grupo B&T, para investir na Bitblue.com. Uma das ações para reforçar a transação é o acordo, já selado, com quatro corretoras internacionais. “Isso nos dá um custo de criptomoeda quase 20% abaixo do que as corretoras existentes negociam (referindo-se às concorrentes Mercado Bitcoin e a foxbit). A aposta nas remessa internacionais também é corroborada pelo fato de duas das principais instituições da área, MoneyGram e Western Union, terem aderido às criptomoedas.

Com relação à regulamentação pelo Banco Central, Edisio Pereira Neto diz que há uma confusão entre regulamentação e legalização. “A criptomoeda é legal. Ela é um ativo mundial negociado no Japão, na Estônia e em vários outros países. Seria muito bom o BC regulamentar a criptomoeda porque é preciso evitar que se criem bolhas desnecessárias”, reforça o executivo. Ainda sobre credibilidade – uma vez que há muito temor com relação às criptomoedas – Neto lembra que o conceito é muito semelhante ao WhatsApp, que virou a OTT de mensagem da população mundial.

“No WhatsApp as mensagens são criptografadas e há confiança. Aliás, tenho convicção que Google, Facebook e WhatsApp caminham para os negócios com criptomoedas. Eles vão entrar nesse negócio e vão encarar os tradicionais atores do segmento financeiro”, ressalta. Os planos da Bitblue.com são audaciosos. As primeiras 200 lojas de venda serão corretoras de câmbio, mas o plano é abrir para não corretoras e para as lojas de varejo. A sede da empresa é em Recife- onde está toda a parte de tecnologia – mas já há escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Miami.