A responsabilidade do poder público frente ao #coronavírus

Por Rodini Netto

O Brasil é o quarto maior país do mundo mas, em questão de saúde pública, não tem a mesma estrutura dos cinco primeiros.

A responsabilidade de todos nós no enfrentamento ao COVID19, é a de manter a higiene e evitar aglomerações. Precisamos ter ciência de que nós acabamos por ser os principais atores no combate à proliferação do coronavírus. Isso, porque, a grande verdade, é que as autoridades sanitárias mundiais ainda não sabem, em profundidade, como funciona o vírus. Há intensa divulgação de notícias falsas (as fake news) nas redes sociais e grupos de WhatsApp, mas, certeza mesmo, não há. Assim como ainda não foi encontrada qualquer vacina ou medicamento que verdadeiramente imunizam ou curam o COVID19.

Estamos vivendo uma das maiores crises mundiais na área da saúde… muito maior do que outras mais recentes que o mundo enfrentou.

A economia mundial (e suas crises diárias com as quedas nas bolsas de valores dos principais países do mercado financeiro) é o reflexo mais claro da crise que estamos vivendo, apesar da política governamental do “não alarmismo”, seja no Brasil, ou em outros países.

O que acontece é que, do dia para a noite, após discursos com foco em não alarmismo, governos fecham fronteiras, como foi o caso de Espanha, Portugal e a ação mais impactante de todas, o bloqueio das fronteiras dos Estados Unidos.

Estados e municípios brasileiros tem que ser mais responsáveis na questão da preservação de suas populações. Comitês de crise precisam ser criados imediatamente, e grupos de médicos, profissionais da saúde e pesquisadores tem que estar disponíveis para emergências que podem acontecer a qualquer minuto em qualquer cidade do país.

Hoje, a transmissão do vírus já não pode ser desconsiderada por cidades pequenas, porque alguém que viajou para São Paulo, de ônibus, pode ter viajado com outra pessoa que teve contato com outra pessoa que esteve contaminado pelo coronavírus, e a proliferação pode acontecer da noite para o dia.

Evitar a realização de eventos públicos que causem aglomeração de pessoas é fundamental. Mas entender o que é aglomeração é de extrema importância. Afinal, o verbo aglomerar, quer dizer: por junto ou juntar no mesmo lugar = acumular, amontoar, reunir. (Priberam).

O Poder público precisa impedir reuniões desnecessárias, cancelar eventos que podem ser adiados como peças de teatros, eventos culturais, entre outros; refazer cronogramas, evitar concentrações a todo custo, em benefício da população. Porque se já é difícil para o cidadão comum evitar estas coisas, quanto mais difícil é se houver a existência de eventos que os chame a participar.

O momento é de responsabilidade e não de oportunismo eleitoral.

Governos Federal, Estadual e Municipais, precisam levar muito a sério os protocolos adotados pelos países que estão combatendo o coronavírus. Temos que tirar lições e aproveitar as experiências bem sucedidas no combate e na prevenção ao coronavírus e parar de levar tudo na brincadeira.

O discurso do “isso não vai dar nada não” ou o de “eu não pego, sou imune” é o discurso do irresponsável que quer ver o caos.

A crise financeira mundial ainda não chegou. O impacto do covonavírus na economia vai vir em breve e é hora de parar de brincar. Ignorar a importância e os riscos do COVID19 é ignorar a vida humana.


Rodini Netto, 49, é jornalista, fundador do Diário de Piraquara, e editor do Blog Meandros da Política. www.rodini.jor.br

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