MEC bloqueia 14,5% de verbas das universidades e reitor da UFPR classifica como “tragédia nacional”

A Universidade Federal do Paraná teve bloqueado R$ 25,6 milhões

O reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca, classificou nesta segunda-feira (30) o bloqueio de 14,5% de verbas das universidades e institutos federais, feito pelo Ministério da Educação (MEC), como uma “tragédia nacional”. A decisão da pasta aconteceu na última sexta-feira (27).

Ao todo, deixarão de ser repassados R$ 3,2 bilhões para educação. Além do MEC, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação também teve R$ 3 bilhões de corte no orçamento. O contingenciamento da verba, segundo o governo, tem como objetivo cumprir o teto de gastos. A ideia seria encaixar nesse limite a promessa de dar reajuste aos servidores públicos federais.

Para o reitor, os bloqueios dos Ministérios da Educação e de Ciência, Tecnologia e Inovação são trágicos.

“É uma tragédia nacional, que logo a ciência, as universidades e os institutos, que tiveram papel estratégico e reconhecido por todos no momento de pandemia, paguem quase metade da conta desse reajuste para os servidores federais, que é um reajuste justo e esperado em vista da defasagem dos seus vencimentos. Mas a prioridade do governo de colocar em colocar essa fatura para essas áreas e absolutamente inaceitável. Eu considero que um país que não aposta na ciência, que não aposta nas universidades, que não aposta na juventude, não aposta no seu futuro”, disse.
A UFPR já havia sofrido um corte de R$ 11 milhões no orçamento deste ano. Conforme a instituição, um planejamento apertado foi feito para não cortar bolsas ou auxílios.

Dessa vez, a UFPR teve bloqueado R$ 25,6 milhões. De acordo com Fonseca, a redução de verba torna impossível manter compromissos, bolsas e planos até o fim deste exercício.

“Trágicos porque esses dois bloqueios, na prática, inviabilizam tanto o funcionamento da ciência brasileira quanto o funcionamento de institutos e universidades que são tão cruciais e estratégicos para o país. O orçamento de 2022, que tinha sido aprovado no final do ano passado, já tinha sido claramente insuficiente para o funcionamento deste ano. Um orçamento menor do que o de 2020, que foi uma época em que as aulas e as atividades majoritariamente estavam sendo feitas de modo remoto”, afirmou.

Via Banda B

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.