Freitas volta à Câmara de Curitiba e defesa diz que “vergonhosa injustiça” foi corrigida

Nesta sexta-feira (23), Barroso atendeu a um pedido liminar e restabeleceu o mandato de Freitas


A matéria é da Banda B

A defesa de Renato Freitas afirmou, neste sábado (24), que a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Roberto Barroso, de reconduzir o petista ao cargo de vereador de Curitiba corrige uma “vergonhosa injustiça”. Nesta sexta-feira (23), Barroso atendeu a um pedido liminar e restabeleceu o mandato de Freitas.

“Essa decisão, mais do que restaurar a legalidade e o Estado Democrático de Direito na cidade de Curitiba, na verdade corrige, também, uma vergonhosa injustiça. Isso porque a cassação do Vereador Renato Freitas foi um triste episódio do racismo estrutural que ainda cobre de vergonha nosso país, e que se expressou nessa decisão, agora felizmente suspensa pela coragem do Ministro Barroso”, diz a nota da defesa.

Freitas foi cassado com a acusação de ter invadido a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Largo da Ordem, durante uma manifestação contra o racismo.

“Renato provou que jamais invadiu a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, jamais interrompeu missa nenhuma, jamais ofendeu o Padre que a rezava, jamais desrespeitou qualquer símbolo religioso. Foi cassado porque é um jovem negro, vindo da periferia, pobre, de esquerda – um insurgente. Basta ver que em mais de 380 anos de história, jamais a Câmara Municipal de Curitiba havia cassado qualquer vereador – nem os que tinham contra si prova de crimes graves contra a administração pública, rachadinhas, assédio sexual”, reforçou a defesa.
Com a suspensão da cassação, Freitas poderá reassumir o cargo na Câmara Municipal de Curitiba e participar das eleições deste ano. Ele é candidato a deputado estadual.

“Fui definitivamente reconduzido ao cargo de vereador de Curitiba e agora sou, mais do que nunca, candidato a deputado estadual pelo Paraná. Bem aventurados os que têm sede e fome de justiça. Eu tenho fé”, publicou Freitas nas redes sociais.
A candidatura do petista deverá ser apreciada agora pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). Com a decisão, a suplente Ana Júlia (PT), que assumiu o cargo, terá que novamente deixar a cadeira.

Cassação de Freitas
Freitas foi cassado após o Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba entender que ele perturbou culto religioso e realizou ato político dentro da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Largo da Ordem.

O caso
A suposta invasão à Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Largo da Ordem, em Curitiba, aconteceu no dia 5 de fevereiro, após protestos pela morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, no Rio de Janeiro.

 

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