Empresa terceirizada atribui disparo de SMS eleitoral do Governo do Paraná a invasão hacker

Usuários de plataforma relataram recebimento de mensagens de texto com ameaças ao STF e Congresso Nacional


Banda B – A empresa terceirizada Algar Telecom, que presta serviços para a Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar), alega que o SMS eleitoral recebido por usuários da Paraná Inteligência Artificial (PIA), do Governo do Paraná, a uma ação hacker.

Como publicou a Banda B no último sábado (24), este usuários relataram o recebimento de mensagens de texto no celular com ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso Nacional, caso Jair Bolsonaro (PL) não seja reeleito no próximo dia 2 de outubro.

A mensagem expressava apoio ao presidente. “Vai dar Bolsonaro no primeiro turno! Senão, vamos a rua para protestar! Vamos invadir o Congresso e o STF! Presidente Bolsonaro conta com todos nos!!”, dizia o texto.

Na nota, a Algar “confirma a ocorrência de um acesso indevido à parte da sua base de dados, que ocasionou um disparo em massa de mensagens via SMS não autorizado pela empresa.” A empresa informa ainda que uma investigação interna foi iniciada com o apoio de consultores especializados para apurar os fatos e então adotar as medidas legais. Leia abaixo a nota da Algar Telecom na íntegra:

“A Algar Telecom confirma a ocorrência de um acesso indevido à parte da sua base de dados, que ocasionou um disparo em massa de mensagens via SMS não autorizado pela empresa.

Desde a confirmação do ocorrido, a Algar Telecom iniciou uma investigação interna com o apoio de consultores especializados, a fim de identificar as causas, adotar medidas mitigadoras necessárias e tomar as providências técnicas e legais em resposta ao ocorrido.

Reiteramos que a proteção dos dados de nossos clientes, funcionários e da própria empresa é primordial para a Algar Telecom.”

Governo e Celepar
Por meio de nota, ainda no fim de semana, o Governo do Estado afirmou que determinou que a Celepar investigue o caso.

“O Governo do Estado do Paraná repudia qualquer tentativa de uso político ou manifestação antidemocrática e determinou à Celepar apuração célere junto a seus parceiros para responsabilização desse fato lamentável”, ressaltou.

O Executivo reiterou, na manhã desta segunda-feira (26), que providências foram adotadas para dar início à apuração de responsabilidade.

A Celepar nega ser responsável pelo fato e informou que registrou um boletim de ocorrência. Uma nota foi divulgada na manhã desta segunda. Leia na íntegra:

“A Celepar nega categoricamente ser responsável pelo fato acontecido e noticiado pela imprensa neste sábado (24). Como consta no Boletim de Ocorrência nº 2022/989722 fica evidente que o ato ilegal foi cometido a partir de uma empresa terceirizada da Celepar, e os responsáveis deverão ser punidos no rigor da lei.

Em contrapartida, a Celepar vai seguir acompanhando a apuração dos fatos.

Reiteramos que em nenhum momento a Celepar teve ciência, autorizou ou enviou qualquer tipo de mensagem dessa natureza. Os órgãos policiais e eleitorais já foram acionados em todas as esferas e os boletins de ocorrência realizados para fins de investigação.

Por outro lado, a Celepar notificou a empresa terceirizada para que preste os esclarecimentos de acordo com os parâmetros contratuais e repudia qualquer tentativa de uso político ou eleitoreiro a partir de suas plataformas de serviços e trabalha ativamente para combater esse tipo de atitude.

Por fim, a Celepar se manifesta contra qualquer ato antidemocrático tanto no Paraná, quanto no Brasil.”

Ação de investigação judicial
Uma ação de investigação judicial eleitoral foi ajuizada pela Coligação Brasil da Esperança, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contra Jair Messias Bolsonaro, candidato à reeleição para o cargo de Presidente da República; Walter Souza Braga Neto, candidato a Vice-Presidente da República; Leandro Victorino de Moura, Diretor Presidente da Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Paraná (Celepar); e Jean Carlos Borges, Diretor Presidente da Algar Telecom S.A; por suposta prática de abuso de poder econômico.

Na ação, a Coligação descreve o conteúdo do SMS de “evidente cunho eleitoral, sobretudo em defesa da candidatura de Jair Messias Bolsonaro, com conteúdo antidemocrático e ilegal, tendo como emitente o mesmo número que, outrora, divulgava mensagens referentes ao sistema Paraná de Inteligência Artificial (PIA) e ao Departamento de Trânsito do Estado do Paraná – DETRAN/PR”.

O TSE deu um prazo de 24h para que a Celepar e a Algar Telecom informem, a partir do momento da notificação, se foram interrompidos os disparos de SMS irregulares, sob pena de multa de R$ 50 mil. Aos investigados, a defesa pode ser apresentada em cinco dias.

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