Sobrecarga de serviços públicos e desafios na saúde e educação refletem na avaliação de Curitiba, diz Pesquisa

Após crises recentes, desorganização na saúde em nível federal e mudanças no Ministério da Educação, a qualidade dos serviços públicos em Curitiba sofre impactos, revela pesquisa realizada em 10 capitais brasileiras.

O cientista político e diretor da ONG Agenda Pública (https://agendapublica.org.br/), Sergio Andrade, analisa que o aumento da demanda nos últimos anos, impulsionado por crises e mudanças políticas, resultou em uma avaliação mais crítica por parte dos cidadãos. A falta de crescimento econômico, somada à crise sanitária da COVID-19, intensificou a utilização dos serviços públicos, especialmente pelas classes C-D-E, cujos membros são mais propensos a cancelar planos de saúde e recorrer ao SUS ou benefícios sociais.

A pesquisa, conduzida pela Agenda Pública, revela que os cidadãos informados são mais propensos a serem críticos. A falta de organização na saúde em nível federal durante o último governo e as mudanças no Ministério da Educação contribuíram para a desafio na oferta de serviços pelos municípios.

A pesquisa, que ouviu moradores de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, Belém, Manaus, Belo Horizonte, Recife, Goiânia e Curitiba, aconteceu entre 28 de setembro e 1º de outubro, com 3.024 entrevistas.

Principais Resultados da Pesquisa em Curitiba:

  1. Principais Problemas do Município:
    • 27% Violência
    • 14% Desemprego
    • 10% Saúde
  2. Percepção Atual sobre Viver na Cidade:
    • 45% Nem melhor, nem pior
    • 30% Melhor
    • 23% Pior
  3. Avaliação dos Serviços Públicos Municipais:
    • 8,4% Ruins
    • 11,7% Razoáveis
    • 28,6% Bons
  4. Avaliação da Resolução de Problemas Dependentes da Prefeitura:
    • 56% Sim
    • 28% Não
    • 16% Não sei / Não lembro
  5. Prioridades para Melhoria dos Serviços Públicos:
    • 18% Diminuir filas em hospitais e postos de saúde
    • 13% Aumentar número de médicos e profissionais de saúde
    • 12% Melhorar qualidade do ensino em escolas públicas
  6. Avaliação da Saúde Pública:
    • Disponibilidade de Medicamentos: 27% Insatisfeitos, 37% Satisfeitos
    • Disponibilidade de Médicos(as): 47% Insatisfeitos, 16% Satisfeitos
    • Tempo de Espera para Consultas: 57% Insatisfeitos, 17% Satisfeitos
  7. Avaliação do Transporte Público:
    • Qualidade do Asfalto: 32% Insatisfeitos, 37% Satisfeitos
    • Tempo de Espera para Transporte: 45% Insatisfeitos, 26% Satisfeitos
    • Preço das Passagens: 64% Insatisfeitos, 12% Satisfeitos
  8. Avaliação da Geração de Empregos:
    • Apoio da Prefeitura aos Empreendedores: 33% Insatisfeitos, 24% Satisfeitos
    • Impostos Municipais para Empreendedores: 45% Insatisfeitos, 14% Satisfeitos
    • Geração de Renda e Empregos: 37% Insatisfeitos, 21% Satisfeitos
  9. Avaliação da Educação:
    • Qualidade da Infraestrutura das Escolas: 39% Insatisfeitos, 24% Satisfeitos
    • Qualidade do Ensino na Rede Municipal: 39% Insatisfeitos, 27% Satisfeitos
    • Desempenho dos Professores: 31% Insatisfeitos, 38% Satisfeitos
  10. Sensações ao Requerer Serviços Públicos:
    • 36% Frustração
    • 27% Ansiedade
    • 24% Preocupação

Sergio Andrade destaca que a pesquisa é um indicador importante para avaliar a administração e a eficiência dos serviços públicos, recomendando avaliações mais frequentes conforme a Lei 13.460/2017.

A pesquisa completa pode ser acessada em www.gestaopublica.org.br.

Sobre a Pesquisa: A pesquisa abrangeu 3.024 entrevistas em 10 capitais brasileiras, incluindo Curitiba, entre 28 de setembro e 1º de outubro. O levantamento seguiu o método de cotas variáveis, distribuindo a população conforme dados da PNAD 2023 e Censo 2010 do IBGE.

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