Jovem aprendiz de Pinhais expõe relato emocionante no Seminário Intersetorial de Saúde Mental

Maria Marciana passou por crises de ansiedade na pandemia, buscou ajuda, e hoje dá aula de dança em projeto que também apoia outras meninas


A participação da jovem aprendiz Maria Marciana foi um dos destaques do 1º Seminário Intersetorial de Saúde Mental em Pinhais, onde compartilhou sua jornada de superação e crescimento pessoal. No evento, realizado na última semana no auditório da Faculdade de Pinhais (Fapi), ela revelou como a ansiedade a afetou e como encontrou apoio através de diferentes iniciativas.

“Por causa da pandemia, fiquei ansiosa, com anemia também, e minha mãe me levou para procurar ajuda. Nisso, fui ao Cras e a Isabel me indicou o CJ [Centro da Juventude] para participar de algum projeto cultural ou de esporte. Lá, conheci o Bruno, que me ajudou a criar um projeto cultural, mas eu pensei assim, ‘como eu vou criar um projeto onde vou dar aula sendo que não estou bem comigo mesma?’ Tentei colocar na minha cabeça que iria ficar bem para ajudar outras pessoas também”, relatou Maria.

Encaminhada pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), a jovem ingressou no Programa Agentes da Cidadania, onde desenvolve um projeto de dança no CJ, equipamento público vinculado à Secretaria de Assistência Social (Semas) localizado no bairro Maria Antonieta. Além de ser uma expressão artística, o programa se tornou um espaço vital de troca de experiências, contribuindo para o bem-estar emocional e social dos participantes.

Maria continua: “Então criei um projeto para meninas de 12 a 29 anos, onde dou aulas de dança e também posso ajudá-las no que elas passam na casa delas, ou na escola, no trabalho, então o projeto não é apenas de dança, e sim uma terapia também. Temos dança toda sexta, então sempre fazemos uma roda de conversa antes de treinar e ensaiar, para elas desabafarem, depois a gente começa a dançar. Às vezes elas colocam músicas que elas gostam, para que se coloquem como prioridade e se sintam bem no espaço do CJ.”

Segundo Tânia Valci Ferreira, do Núcleo de Inclusão Produtiva da Semas, o destaque de Maria não se limita apenas à dança. “Ela também participou ativamente do Projeto Pré-Aprendizagem, um projeto municipal que visa preparar jovens para o mundo do trabalho. Este programa oferece formação e oportunidades de desenvolvimento profissional, sendo uma ponte crucial entre a educação e o ingresso no mercado de trabalho”, explica.

“Faço parte da Secretaria de Assistência Social agora, como jovem aprendiz [emociona-se], estou bem feliz como aprendiz, muito feliz por estar aqui [no seminário]. Uma oportunidade maravilhosa poder compartilhar minha experiência com vocês. Também quero dizer que caso vocês não estejam bem consigo mesmo, procurem ajuda, conversem com algum amigo que possa ajudar, busquem o Caps [Centro de Atenção Psicossocial], o Cras, o CJ”, aconselhou Maria.

“O ano de 2022 foi um dos piores pra mim, mas depois de setembro, foi o melhor ano possível, parece que todas aquelas situações que passei, nunca tinham acontecido. O projeto de dança é onde eu posso ensaiar com as meninas e ajudá-las com alguma situação que estejam passando. Agradeço a minha professora Dai Paixão, que me deu um auxílio muito grande, que levo para a minha vida. Hoje estou na Assistência Social, onde cuido da parte da Pré-Aprendizagem, e é muito bom poder compartilhar isso com vocês. Conversem, procurem ajuda, desabafem, porque tudo é fase, tudo passa”, finalizou.

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