“No deal”, por Rodini Netto

Rodini Netto, Jornalista – Meandros da Política.

Rodini Netto (*)

A expressão inglesa “no deal”, significa “sem acordo” ou “nenhum acordo”. Ela reflete a tratativa de uma negociação, normalmente comercial, em que dois interlocutores estão discutindo um contrato (verbal ou escrito) e as partes tentam chegar a um acordo.

Esta expressão foi muito utilizada durante o período de tratativas relacionadas ao BREXIT, a saída do Reino Unido da União Europeia. A ex-primeira ministra Teresa May caiu por não conseguir acordos junto ao parlamento britânico. Em todas as suas tentativas para o BREXIT, as votações resultaram em  “NAY”, ou seja, traduzindo aqui para nosso contexto, em “NO DEAL”.

Quando este acordo é possível, os interlocutores acabam as negociações com a expressão “it’s a deal” (isto é um acordo), e todos ficam felizes, avançando no processo do qual trabalharam para que todas as tratativas dessem certo…

Já o “No deal”, vem na sequência de uma negociação falhada, seja pelos valores envolvidos em um negócio, ou pela falta do cumprimento do pré-acordo envolvendo a esperada assinatura do contrato.

Quando o “No deal” vem, dificilmente há novo acordo entre as partes. No caso específico do BREXIT, por exemplo, houve a necessidade de mudar o primeiro ministro e, mesmo assim, ainda não se conseguia um acordo no parlamento britânico, ou seja, o “No deal” continuou prevalecendo. Foi então que o primeiro ministro Boris Johnson teve uma “sacada fantástica”, levar a esquerda a crer que as eleições seriam benéficas à ela e obter um “it’s a deal” para convocar novas eleições parlamentares.

Resultado, o “No deal” que vinha sendo conquistado com alguma facilidade pela esquerda britânica (Trabalhistas), acabou se tornando em um “The End” para a questão, ou seja, o parlamento britânico pós eleições deu a maioria necessária para que a direita (Conservadores) e aliados conseguissem definir o “It’s a deal” e prosseguir com o BREXIT. Assim, pôs-e fim à novela do BREXIT e a Inglaterra, em 31/01/2020, deixou de fazer parte da Comunidade Europeia, retomando toda a sua autonomia política e em todas as demais áreas da Coroa Britânica.

De vez em quando o “No deal” vem apenas para selar o “The End”.


(*) Rodini Netto, 48, é jornalista, editor do Diário de Piraquara Online, do Blog Meandros da Política e do Gestão Pública em Revista.

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